segunda-feira, 23 de novembro de 2009

apesar de,
tanto.
tudo não pode ser.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

sim, eu sei.
sei também que de nada adianta sabÊ-lo.
prolongamentos e fugas.
dia amarelo e quente, pasmo.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

essa transparência, levemente turva, que ostento sem maiores pretensões.
ou esse tremor, saudade fechada e limitada
Espelho vazio.
Se a Palavra é solitária,
o sentimento é inexistente?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

BILHETE entregue a ninguém:


Devolvo os livros. Agradeço. Também o guarda chuva, o papel de pão, a caneta,
o cinzeiro, o sofá. ah, claro... o pijama. O suspiro.

me diverti bastante.


um beijo e uma dúvida com relação à saudade.
A.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

é porque tenho esse pequeno desespero dentro de mim.
tudo começa assim. Depois o olho se perde, se perde o olhar. algo acontece. palavras acontecem. elas despencam mas não consolam. e mundo continua vulgar, feio, grosseiro, como um pesadelo. e sofro. tanto. me enterro em letras, bebidas, letras. continuo com nojo de tudo em volta. qurro não estar aqui, e em nenhum lugar. quero o lugar nenhum. e tento me conectar. ter vida normal; mas as pessoas que me cercam são absolutamente entediantes. ou sou eu?
nem estou triste. nada deu errado. tudo continua bem. entretanto.... ah. entretanto. queria tanto. e se eu....posso?
é porque tenho esse pequeno desespero dentro de mim. ele não tem uma forma.quem dera tivesse um nome, um rosto. mas não. meu desespero é meu porque o sinto, mas sou dele na verdade. tudo que acontece comigo passou por ele. fonte pra dentro. tento compreendê-lo para amansá-lo, amá-lo. mas já o amo e sou. meu desespero, meu pequeno desespero. é tudo que tenho.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

é preciso que não reste nada. Que não haja sobra ou desperdício.Apenas lembrança sem potência, o todo esgotado. morto.
queimado.
é preciso que se morra e se deixe morrer. que se mate.
e no entanto,
amor,
agarra, sacode, engendra.corre o mundo.
o sopro, abrupto, dilacerante,
nada revela,
a não ser, no ritmo de uma volta impossível, um vão.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

esqueci.

e se passo o tempo decompondo, é um jeito apenas de se livrar das dores, de cabeça, nos ombros, nos olhos, no ser.

devia ser quebrado para funcionar; mas tudo é trama e vive a deriva das aptidões inconciliáveis.

Nos olhos, secura:

visão do vazio. visibilidade do nada.


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

um dia. outro.
às vezes quase tudo se esvai. quase tudo é perdido, quase tudo reencontrado.
como se nada tivesse havido.
caminho leve, mas sou muda.

isso não significa a existência, no subsolo, de uma fala, outra, intacta, por desenterrar, à espreita, à espera.

significa que o que há para ser dito não pode estar no lugar onde lhe é necessário estar para poder(...)

ou qualquer coisa assim.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Volto do cinema.
( moro perto de dois cinemas que tem a alcunha de "alternativos". Vantagem: salas vazias, filmes acima da média, preço abaixo. Tudo isso numa simples e solitária caminhada)

PARIS
(Paris)
Diretor: Cédric Klapisch
Elenco:
Juliette Binoche, Romain Duris, Fabrice Luchini, Albert Dupontel, François Cluzet, Karin Viard, Gilles Lellouche.


Anotações:

historiadores e ratos

professores e belas alunas

paris paris Baudelaaaaaaaaaaaaaire

morte. arte. dança. morte.

sexo.

Psicanálise.

envelhecimento. Beleza.

escrever. voar.

porque não se trata simplesmente de caminhar em terreno inimigo, na própria região da perda, ou do que ficou pra trás. é praticar a relação entre gozar e manipular, nesse interregno onde uma perda, um lapso, uma saudade, um traço,
são confissões de um dolorido mas apetitoso
exílio.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Elo entre um cansaço essencial e as cotidianidades.

tanta fadiga.

se as páginas não viram, o tempo não passou.
inverno chuvoso.
Dor de cabeça.

na tv o pânico da gripe e a esperança de que o mundo se acabe.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Era e sempre foi uma questão de desdobramento e limite.
batalha entre nada e coisa nenhuma ( todos estão ocupados: agir, fazer, possuir) .e eu, a olhar para ele e jamais para além dele, a não ser... inadvertidamente.
alors. (...)
sem mais, tudo parecia doente.
sem cura.
mas havia vigor ainda, havia esperança. Não de salvação, mas de divertimento.
Havia também as tentativas frustradas, que
escoavam mais rápido que as lágrimas choradas pelo amor que ficou, que foi deixado.
é sem cura. secura.
segredo compartilhado em silêncio. ele lá, eu aqui. Num talvez distante, imaginário, verdadeiro: nós.
sobrou espaço e faltou tempo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ôôôôôôô ê boi! ê bus!Onde será que isso começa
A correnteza sem paragem
O viajar de uma viagem
A outra viagem que não cessa
Cheguei ao nome da cidade
Não à cidade mesma, espessa
Rio que não é rio:
imagens
Essa cidade me atravessa.....Ôôôôôôô ê boi! ê bus!

Será que tudo me interessa?

Cada coisa é demais e tantas
Quais eram minhas esperanças?
O que é ameaça e o que é promessa?
Ruas voando sobre ruas
Letras demais, tudo mentindo
O Redentor, que horror! Que lindo!
Meninos maus, mulheres nuas
A gente chega sem chegar
Não há meada, é só o fio
Será que pra meu próprio rio,
este rio é mais mar que o mar?
Ôôôôôôô ê boi! ê bus!Sertão, sertão! ê mar!
(Caetano Veloso)