quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Lendo Kierkegaard:
1. toda inocência é angústia.
2. o mal-estar é dialético.
3. Quem desespera não pode morrer, assim como um punhal não pode matar pensamentos.
4. O show tem que continuar.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

estar na vida de pijamas: livros, música, filme. Séries também. Gatos e cães. Queijo, vinho, cerveja.  Whisky ou cachaça, alternadamente. Ovos. Pão. Um pouco de carne, certamente: porco,peixe, boi, galinha.  Hortelã, manjericão. Bananas. Pimentas. Internet e delivery. Unhas vermelhas. Brincos grandes. Possivelmente óculos, em breve. Gengibre e jogging matinais. Limão, laranja, mexerica.
Um cigarro. Café. Pão de queijo. uma dor no coração. Muito silêncio.    

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Estou, pela primeira vez, vivendo uma solidão a dois. Não é bom, nem ruim. é mais uma contradição.
Estou, como sempre, lidando com as contradições de uma maneira racional. A razão, esse grande laço com o qual se domestica o real, rumo ao impossível.
Às vezes não dá exatamente. às vezes não funciona. Mas quase sempre sim. Olhar a frente,  escutar ao redor, ter paciência,  esperar. Dar o bote.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Eu mesmo fiz meu mapa astral
Pintei na parede enquanto bebia os 400 dinheiros: Sagitário duplo, lua em escorpião. 
Isso deveria significar alguma coisa para alguém. E no entanto,
só um vazio que me sufoca e 
essa legião que decepciono todos os dias.

eu mesmo.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Ei, acordei melancólica. O que você pode fazer por mim? Me deixa afogar? Me deixa despida? Me deixa na cama, enroscada, no escuro, coração na boca, joelhos na cabeça, frio nos pés? Não fala, não ouve, não, nada?

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Seria como impedir uma represa de estourar, nesses tempos em que  indiferença se oferece como forma de abrigo.


quinta-feira, 13 de julho de 2017

O lustre despencou e em menos de três segundos já estava, em pedaços, no chão. Por centímetros não parou antes, na minha cabeça. Esse foi o instante em que a verdade retornou a mim. Eu a havia afastado por alguns meses, para poder conseguir comer e amar. Ela voltou e então, não há mais apetite nem conforto.

A verdade é o vazio.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

O ideal é onde nos assentamos: é nossa morada, única, feita sob medida e, inabitável.

Por isso, para conhecer alguém ou, o que é sempre mais importante, conhecer a si mesmo, pergunte sobre a situação ideal, o mundo ideal,
porque a vida é sempre desejo.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Abrir o caderno 5 das anotações e rascunhos. Ler; a morte não é forma, não poder ser. Imagem é o que lhe resta.
Copiar a cópia então. Seguir. Caminhar. Não trabalhar, não produzir, pois o que se faz aqui é pôr em condições de liberar uma energia. Poiético anti-poético. Aliás,é possível Amar a poesia e desprezar os poetas?

quarta-feira, 24 de maio de 2017

O que interdita, o que obstrui nossa passagem,é um mundo sem familiaridade. É o mundo, aquele sem medida comum com nossos pensamentos.
Onde não se está bem e caso assim esteja, é ainda mais delírio. Os
Desesperados de não ser deus se perguntam ainda se podem ser deuses uns para os outros.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Não existe um lugar melhor que encontrar um (novo) poeta.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

- Sem saber nada. Um, dia, outro dia, outros, mais alguns. Depois, nós seremos velhos e então, morreremos.Estou decidida a tentar, entre uma coisa e outra, não ter uma existência totalmente miserável. Acho que não será impossível porque eu não me importo com quase nada e preciso de muito pouco. Não estou disposta a deixar nada e não me interesso pelo que pensam de mim.

- Quero dilapidar-me,
como diamante.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

A normalidade é sempre o mais forte. Força implacável, chocante. A sensibilidade para o absurdo não pode reivindicar nenhuma prioridade concreta em  relação ao normal, que ocupa. O absurdo é real e mortífero. E a vida precisa continuar.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Eu sabia que o tempo estava acabando. Ou meu tempo no Rio ou eu mesmo no Rio. O certo é que nada duraria. O oposto do que sinto agora, em que a duração parece estender-se a um perigoso mas também impossível para sempre.
Tempo e reserva. Não sei se raízes. Duvido.
Mas, colheita.

domingo, 26 de março de 2017

é da varanda que vejo um pássaro que corta o céu como uma ausência sem nome. E vejo as pessoas que atravessam, bêbadas, numa coreografia bizarrra entre os carros que seguem, determinados, seu cartesiano sentido. é da varanda que alguém me vê, cigarro, vinho, pijama,livro, gatos,  a ver?

quinta-feira, 9 de março de 2017

Esperanças, ansiedades e pavores. Quando tudo aconteceu,
sobrou apenas a terrível vitória e solidão.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Tanta coisa,
Pensam de mim, falam de mim, sentem.
Olham por mim, apreciam por mim, sofrem por mim.
Pedem.
Tanta coisa.
Desejam.

E eu:
Fodas

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

começo.  tudo que deveria ser e foi. Como continuar depois de já ter sido?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

a forma em que escorro, divindade consciente e limitada, voraz contudo. À espera.