melhor comemorar. Pausa. Alívio. Embriaguez.
mesmo o zero, mesmo o abismo, mesmo a queda, mesmo o quase. Apesar de nada.
Nos apetites, o que resta. E todos os dias seguintes.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Alívio e clareza. A escrita a serviço do meu vazio. Egoísta, mesquinha, mínima. Sem valor. Essa escrita me ajuda a compor, a esclarecer. Meu lugar, pequeno. Minha condição, precária. Minha constituição, irrelevante. Meus problemas, minha banalidade. Meu gozo, imenso, Minha embriagues, profunda. Meu desespero, abissal. Vejo também com cuidado o que não é meu. As raízes que não devo criar. Os afetos a que devo afastar. O sorriso, a companhia, a solidão.
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Se estivesse no terreno das possibilidades do possível, seria, num gesto, desfeita a ambiguidade entre o toque e a carícia - desopilando-nos das biles que brotam da necessária escolha ( se necessária, escolha?) pelo que perturba.
Fenômeno que se desobriga de entendimento porque sua finalidade consiste em cortar.
E deixar que se reate, no eco do outro.
Cada resposta, um sorriso bobo.
um ponto no tapete,
uma pecinha no mosaico.
Fenômeno que se desobriga de entendimento porque sua finalidade consiste em cortar.
E deixar que se reate, no eco do outro.
Cada resposta, um sorriso bobo.
um ponto no tapete,
uma pecinha no mosaico.
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Qualquer sossego. Era um dia de ressaca, de saciedade.Acredito que as ressacas no meio de semana são resistências. A noite tinha sido calma e intensa. Restava então um cansaço pleno, sereno. Talvez eu devesse ter falado sobre o tempo mas eu nunca quero fazer promessas. Ele me emprestou um livro, eu tinha tanto o que fazer mas como sempre não importava, ou não havia chegado o tempo. Não pensei mais em Paris. Pensei na Colômbia, no mar do Caribe, em Arraial do Cabo, em Ilha Grande, no novo apartamento, no natal, no outro amor, nas coisas que nunca conseguimos fazer juntos. em tantos amores que derramei pela vida e não fui capaz de acolher. É importante contar apenas consigo. Li contos a tarde toda, o dia estava bonito mas eu apenas fechei as cortinas.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
domingo, 4 de outubro de 2015
domingo, 20 de setembro de 2015
Eu queria te contar que tudo parece tão decisivo e ao mesmo tempo, nada acontece. E que isso tem sido muito cansativo. Frustrante. As coisas mudaram e os planos precisam ser refeitos. Eu queria contar que as expectativas agora são pequenas e fúteis mas estão tão comprimidas que se tornam enormes. Queria contar que estou me asfixiando na minha própria vida, que o espaço está pequeno, não tem lugar nem para mim. Queria te contar que eu gostaria tanto que as coisas fossem outras. Queria ter tempo, coração e cabeça para tudo, para tanto, para brincar. Para Paris, para BH, para o Rio. Queria te contar que não consigo. Que não posso. Ao mesmo tempo não quero que você não esteja por perto. Queria também dizer que acho que sei que no fim das contas está tudo bem. Que algum tempo virá, e mesmo com pouco espaço, a vida acha um jeito de esgueirar-se para prosseguir. E se não for, terá sido quase. O que já é muito.
domingo, 13 de setembro de 2015
_ Entre o dentro e o fora há uma afinação, que nesses tempos soa como qualquer música do The Smiths: nem feliz nem triste, mas igualmente sem importância. Como estrato de tempo, sem pensá-lo epistemologicamente porque é inútil, mas existencialmente - como deve ser-, é vigília e é espera. O tal "atento e forte" da música que a gente gosta tanto. Mas esse estado dificilmente se traduz como temperatura: não é morno, sem ser quente ou frio. Em termos de espaço, diria que é aperto mas ainda não desconforto. Apenas pressentimento.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
E se eu somente mentisse para mim mesmo, como forma de me preencher de alguma coisa? Como eu poderia saber? Na falta de uma bússola, na falta de um farol, na falta de um guia, como distinguir entre o que somos e o que mentimos? E como saber se de fato isso importa? E minha sensibilidade, e o que eu deveria de ser? E se eu não der pra nada a não ser esse nada mesmo que já dei?
O que importa é a alta do dólar e os cortes na educação e no que mais vier.
Importa que num céu escuro e num mar revolto, seria melhor ter mais que essa coisinha em que derivo.
O que importa é a alta do dólar e os cortes na educação e no que mais vier.
Importa que num céu escuro e num mar revolto, seria melhor ter mais que essa coisinha em que derivo.
sábado, 22 de agosto de 2015
O que desespera não é a inexistência de um porto seguro, do local tributável e legalizado, da certeza do dia 30. Tampouco é a condição precária, o vínculo leve, a falta de móveis, e de cachorros. Essas faltas e dificuldades são índices e entendê-los como algo além disso seria uma grosseria ou uma ilusão.
(A possibilidade de sucumbir a elas - outro nome da felicidade -, é qualquer coisa que me foi tirada.)
O que tira o sono todos os dias é o excesso de vontades que se materializa como seu exato oposto: a incapacidade de colocar a minha vontade como gerente da minha própria vida. é querer tanto e tantas coisas, fazer tudo por elas e ao mesmo tempo não extrair daí nenhuma satisfação a não ser ter tudo e não ter nada.
E isso não chega a satisfazer. sem dúvida é um gozo, mas também é uma deriva, um desterro.
Sem acender a luz, leio Pascal, que me diz, com a voz trêmula, que a miséria faz par com a grandeza e se projetam no claro-escuro do mundo, lá mesmo onde a vontade não tem e nunca teve nenhum controle.
(A possibilidade de sucumbir a elas - outro nome da felicidade -, é qualquer coisa que me foi tirada.)
O que tira o sono todos os dias é o excesso de vontades que se materializa como seu exato oposto: a incapacidade de colocar a minha vontade como gerente da minha própria vida. é querer tanto e tantas coisas, fazer tudo por elas e ao mesmo tempo não extrair daí nenhuma satisfação a não ser ter tudo e não ter nada.
E isso não chega a satisfazer. sem dúvida é um gozo, mas também é uma deriva, um desterro.
Sem acender a luz, leio Pascal, que me diz, com a voz trêmula, que a miséria faz par com a grandeza e se projetam no claro-escuro do mundo, lá mesmo onde a vontade não tem e nunca teve nenhum controle.
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
terça-feira, 18 de agosto de 2015
domingo, 19 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Cabeça em Belo Horizonte, coração em Paris, pés no Rio de Janeiro.
Coração no Rio de Janeiro, pés em Belo Horizonte, Cabeça em Paris.
um pé em Paris, outro em Belo horizonte, cabeça e coração no Rio de Janeiro.
no fundo, não importa a cidade:
pés na cabeça e o coração na boca.
Apostar em tudo não acaba por equivaler a não saber querer nada?
Não ser senão em deriva.
Coração no Rio de Janeiro, pés em Belo Horizonte, Cabeça em Paris.
um pé em Paris, outro em Belo horizonte, cabeça e coração no Rio de Janeiro.
no fundo, não importa a cidade:
pés na cabeça e o coração na boca.
Apostar em tudo não acaba por equivaler a não saber querer nada?
Não ser senão em deriva.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
cheguei do nada, ontem. sem nada, nem perguntas,nem sonhos, nem promessas. Bolsos vazios, cigarro na boca, cabeça cheia, olhos ficcionais. Coração inflamado, pés doídos. Unhas feitas. Não tenho nada, nem mesmo a passagem. Sem nome, sem família. Sem posse, sem terras. Horizonte nu, nó na garganta.
MAS
deito-me e faço (de) você o umbigo do diverso.
MAS
deito-me e faço (de) você o umbigo do diverso.
sábado, 13 de junho de 2015
Ninguém vê. Entravada numa rua que nunca desiste de fugir da cidade. Porque liberdade sempre foi. Nunca é. Aqueles dois cubinhos de açúcar que derretem no café. certeza de partir. gozo da não definição, do transitório. do passageiro. alegria leve. E me agarro na brisa pois os ventos fortes ainda virão.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Das vezes em que fui deliberadamente cruel, gosto de pensar que não tive escolha. Ou melhor, que tive que escolher assim, pois era preciso sobreviver. Sobrevivência sempre está relacionada à crueldade. e crueldade não é um mal que se faz aos outros. Cruel é aquele que corta na própria carne e provavelmente Artaud já disse algo parecido e melhor. O pensar nas crueldades que cometemos, que precisamos e escolhemos cometer é um sintoma, não de uma doença. é índice de tudo o que apetece e principalmente de todas as inapetências. De tudo que grita, que luta, que quer viver. Por isso é realidade palpável,
quinta-feira, 21 de maio de 2015
terça-feira, 19 de maio de 2015
( sentimentos, pós-ducha, sob efeitos químicos de 40 minutos de corrida na praia):
E se for simples manter-se aberto
ante um mundo desprovido de sentido.
Algo simples e denso. Cozinhar, sorrir, transar. Correr. Ver o mar.
Manter-se aberto e contente.
Por que a vida termina mal, e o mundo é com certeza horroroso, e todos os trabalhos são fontes de uma grande insatisfação. Todavia, igualmente é certo que todo fim e finalidade podem ser adiados, aliviados, repensados, reinterpretados, ultrapassados, gozados.
Somente a última respiração é uma solução e um problema insolúvel. e justamente essa é a única coisa que vale a pena tentar entender.
E se for simples manter-se aberto
ante um mundo desprovido de sentido.
Algo simples e denso. Cozinhar, sorrir, transar. Correr. Ver o mar.
Manter-se aberto e contente.
Por que a vida termina mal, e o mundo é com certeza horroroso, e todos os trabalhos são fontes de uma grande insatisfação. Todavia, igualmente é certo que todo fim e finalidade podem ser adiados, aliviados, repensados, reinterpretados, ultrapassados, gozados.
Somente a última respiração é uma solução e um problema insolúvel. e justamente essa é a única coisa que vale a pena tentar entender.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
O caminho do improvável perde força mas nunca
a resistência. É composto de
desejo de
ser
prisioneiro voluntário, hóspede e senhor, déspota da liberdade, singular e não solitário.
Esse é um estado de Agregação aparentemente desesperador
Abraça-se a si mesmo, faz tocar os dedos. é corpo ainda e ele fala.
a resistência. É composto de
desejo de
ser
prisioneiro voluntário, hóspede e senhor, déspota da liberdade, singular e não solitário.
Esse é um estado de Agregação aparentemente desesperador
Abraça-se a si mesmo, faz tocar os dedos. é corpo ainda e ele fala.
terça-feira, 28 de abril de 2015
- o tempo todo era apenas isso. Ir embora. Não, fique. Um mês e um dia.
- Isso quer dizer alguma coisa.
- Cosme Velho ou cosmos pleno?
- o abandono. Toda angústia tem uma cor.
- O azul do facebook me deprime.
- O laranja fogo que solta das páginas de João da Cruz também.
- A bandejinha verdade de plástico que envolve os alimentos orgânicos.
- O branco da guimba de cigarro.
- a variação amarelo-ocre dos certificados escolares.
- Eu acho legítimo a construção de um refúgio na esfera privada.
- No fundo, se encolher não é diferente de se esconder.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
domingo, 5 de abril de 2015
sábado, 4 de abril de 2015
terça-feira, 24 de março de 2015
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Adoro jogos de tabuleiro.
Mas o professor me diz que tudo é consumo e violência.
Caio em uma perplexidade sem solução. Membros deformados. Mente aberta e vazia.
Céus.
Seria eu um simbolo de um gosto bizarro e...
cativante?
Qualquer um pode qualificar de cinismo o que escrevo aqui. Mas nunca poderão me chamar de hipócrita.
Mas o professor me diz que tudo é consumo e violência.
Caio em uma perplexidade sem solução. Membros deformados. Mente aberta e vazia.
Céus.
Seria eu um simbolo de um gosto bizarro e...
cativante?
Qualquer um pode qualificar de cinismo o que escrevo aqui. Mas nunca poderão me chamar de hipócrita.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
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