segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Com a visão mais clara possível - aquela que só POSSÍVEL pela rigidez das formas e na mesma medida, pela constante dor - , retorno aos Ks da (minha) vida. Kant, certo. Mas também Kierkegaard. Ambos sobre a imaginação: agente e poder da infinitização. Diferentes. Em muito casos, oponentes. E por isso mesmo, tão próximos.

O desespero que se perde no infinito é, SEM DÚVIDA, imaginário.

Mais ao longe, mais um K- kafka:

"Assim eu vacilo, portanto,voo incessantemente ao topo da montanha, mas praticamente não consigo me deter um momento sequer lá em  cima. Outros também vacilam, mas em regiões baixas, com formas maiores; se elas ameaçam cair, então o parente, que vai ao seu lado para este fim, as detém. Eu, no entanto, vacilo la em cima, infelizmente, isto não é a morte, mas os tormentos eternos de morrer"

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Tudo parado. Apenas música e alguma poesia. E a bagunça dos gatos.
A cabeça dói de formas inéditas. O estômago permanentemente enjoado, Tudo girando em torno de um orgão, que funciona como dispositivo e os artefatos que dele derivam.
Nem é pura ansiedade. Nem puro medo. Uma mistura dos dois.
A fragilidade do corpo, a petulância do acaso, o peso da LEI.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Uma semana e meia com as vistas embaçadas. Na verdade, apenas mais embaçada do que o que foi o normal esses últimos dez anos. Isso é, vejo o mundo enviesado por anos e agora, junto da revelação de uma topografia incuravelmente irregular,  me prometem, por meio de outra prótese, uma nova visão ,que chega em alguns dias.
 O que pode ser mais terrível: ver os outros, ver a mim mesmo?
Ver que nada foi visto?   

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Poucas vezes, A natureza inútil da vida se mostra. Quando acontece: é como colocar roupa suja no varal.
Depois de cervejas em litros, ouço atentamente sobre os benefícios do eletrochoque para o tratamento da depressão:
- Um corpo se entrega ao choque em busca de cura ou penitência?
Quando jogo o pescoço para trás, busco ver o céu.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Viajar:  estar à altura de nossos próprios olhos.
Fotografar: técnica para tentar fazer ver esse procedimento de ver a si mesmo.
Deixar outros entrarem ou, mais vulgarmente dito, publicar: tentativa de tornar isso tudo algo real.