segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Que seria de mim que falo, e o que não seria se eu falo de um tempo como se fosse um outro que também sou eu mas que não é meu?

domingo, 1 de setembro de 2013

o mundo contemporâneo é uma somativa de desgraças potenciais. Além de ter que zelar pelo próprio corpo e mente, ainda é preciso temer pela saúde dos objetos que nos cercam.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Hoje parece mentira. Olho da janela o dia aberto, frio. Ninguém me vê.
Estou só. Vazio voa. Tempo parado. Vadio.  
Para o pragmático, a dramaturgia: não-transparência e sede.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Será que fui expulso da Comunidade? É certo que se lá estive, algum dia, foi de uma maneira muito marginal. De soslaio. Como Turista ou Pesquisador ou Mendigo.

Tantos Coletivos. Tanta Crença. Tanto Amor.

E o que faço com minha pouca-fé?

Seja com a roupagem New age, pós-moderna, ou escancaradamente mergulhada no buraco do cristianismo primitivo, a Comunidade me inspira Ressalva.

O que temos, de fato, em comum? Compartilhamos algo velado ou inexistente?
Difícil decisão entre o místico e o cético.



terça-feira, 30 de julho de 2013

Mesmo o cactus, ele também morre.

domingo, 28 de julho de 2013

- A cada um, uma carga pessoal e intransferível. Só tarde demais sabemos seu conteúdo.

- É muito difícil decidir sobre o que não existe.
- melhor deixar morrer.
- lentamente?
- ...
- lentamente?
- A agonia é o modo mais próspero do tempo.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Não começou ontem. Não começou. Como termina? sem olhos, sem toque, sem bocas? Termina só com letras, ou com som? Apaga a luz, dorme sozinho. Era nada. Era outra coisa. Não funcionou. Estragou.

domingo, 7 de julho de 2013

O amor.

O problema deve ser comigo, eu devo ter alguma coisa estragada mesmo dentro de mim, mas essa onda do AMOR que vai resolver os problemas políticos, econômicos e sociais só me causa um tédio tão profundo. Um desânimo com meus amigos, com pessoas tão tão queridas submersas num abismo irrefletido, sem saída.  Honestamente... Amor? Sério? Em pleno século XXI, a fina flor do pensamento clama por uma força fundadora ilimitada como solução de qualquer coisa? Afff. Haja estetização da política...Bocejos eternos, retilíneos e uniformes para todo mundo que me oferece esse amor "irrecusável". Obrigado, não.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

eu titubeio, e as mensagens de esperança ou de auto-exaltação me enojam cada dia um pouco mais.
Essa variante,
Entender na dificuldade do pão a alegoria da fragilidade existencial, não o contrário. Uma sombra. Todos se aproveitam da ignorância para pagar tão pouco e transformar a hesitação em nada.
Um azul prussiano envolve meus sonhos mas
a cada dia tenho mais dificuldade em dormir.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Para mim é que o tempo não passa.

vazio de respostas.




quinta-feira, 9 de maio de 2013

Nossa senhora da ansiedade, que me garante e me assegura esse nó na garganta de todos os dias, já percebi que não me abandona. Essa companhia é como sussurro e suspiro, sempre a me lembrar que uma expectativa só leva a outra, e vamos caminhando do nada ao nada em que a vida não é outra que esse vagar. De não saber onde vou morar e de saber que não será para sempre, nem mesmo por muito tempo. Apenas um respiro, ofegante, suficiente apenas para outro. De gole em gole de ar. Nossa senhora da ansiedade,"permita" que eu tenha a clareza de entender que desejar e esperar é justamente escolher por exclusão, e que de tudo podemos apenas estar aliviados pelo ainda-não.

domingo, 21 de abril de 2013

nem todas as linhas ou fonemas seriam suficientes. Mar de incerteza,  maus presságios. Preciso encontrar o ponto de ruptura dessa lógica. 

Respirar. 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Tudo se passa como uma questão de estar disposto. O que necessariamente implica numa questão de exposição, evidentemente. Corpo frágil atravessado por todos os constrangimentos possíveis. Não sou apenas um eu, é uma condição., digamos, transcendental - termo mais fora de moda.
Só uma interpretação bastante otimista pode ver com bons olhos a relação entre desejo e falta. A falta sobrepõe-se ao desejo, em tudo. A precariedade da vida determina que os desejos sejam apenas olhar para fora da janela e, por um suspiro, pensar que o mundo está longe o suficiente para não te fazer mal.


quarta-feira, 27 de março de 2013

Não sei com quantos paus se faz uma canoa. Sinto apenas que a água escorre na direção que pode. Não escolhe, segue. Cega e sem sentido. Queria sumir clandestinamente, deixar tudo inacabado. Canoa boiando,   surrealismo vitoriano, gênero provinciano. O que fazer se meu orgulho não é diferente de minha decepção?

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Alguém vive, não necessariamente nós. Há vida em cada instante, mas não há posse. Por isso o abandono exerce tanto fascínio: é a única coisa que é possível tornar-se seu. Deixar é a única ação.
Filosofia do desapego.

Já estou em silêncio. Primeiros passos, vacilantes.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Do outro lado, do lado escuro do palco:


Sentimento sólido, consistente, estável?

-Eu não gosto dessa vista. Não gosto do que vejo. Aqui tudo é vazio e, quando ergo os olhos, vejo apenas mais inexistência, mais inexatidão.
- Não te proponho nada.
- Eu, tampouco, tenho qualquer coisa a oferecer.


Laço de vazio, instantes de nada. Faço contato, tento encostar. Encontro no desvio, resposta ambígua. Nado de braçada na ambiguidade. Território conhecido,
entediante.

É pra isso?

- Não quero que ninguém sofra. Não quero que ninguém sobre. Não gosto de restos nem de podridão.
- Quero partir, de tudo. Só que você é a única coisa que posso deixar. Mas não quero confundir as coisas. Talvez não seja você, seja a vida. Talvez seja você e a vida. Talvez seja apenas eu.
- Sempre. Você não é feliz e desata o laço mais frouxo, acreditando que há alguma lógica nisso.
- É, de fato, lógico:
 um é mais simples que dois.


Clareia-se tudo: música: Fuga in G/ Mozart.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Meu coração está do lado esquerdo, mas atrás, nos ombros que me doem. Do pescoço à costela, fazendo uma semi-circunferência hostil e cruel, impiedosa como eu mesmo tento ser. Ainda assim, gosto de me virar esgarçando ao máximo a dor. Tronco reto, linhas duras. Rotação à direita, em direção à janela: Ver o céu cinza azul de um dia de chuva, início da noite e,  as primeiras luzes que se ascendem conformam com o verde das árvores e esse fundo azul acinzentado uma sensação bonita e vazia, de quem não tem nada a fazer a não ser esperar o aberto do mundo. Ou...