sábado, 27 de setembro de 2014

o caminho vai do que lhe pertence ao que me pertence.

isso é um homem. Ele corre. para o que quer, ou do quer.
risco iminente de não escapar a sua precariedade.

Beckett me assombra.
 : tiveste alguma vez um momento de felicidade?



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Estou na nova casa que já não é tao mais nova. Mas nova. 15 dias e algumas visitas. Ele, inominável. O gato. Eu. A escrita. Recriando, tijolo com tijolo, um novo silêncio. Um silêncio talvez menos injusto. Não que eu esteja corrigindo uma injustiça. Apenas estou escrevendo porque me foi dado escrever. Sobre o antes do querer.

Da minha janela sempre vejo duas casas amarelas. O gato se amarra.
A mesa é sem espaço. Livros, sempre menos do que deveriam, sempre ocupando mais espaço do que deveriam ocupar.

A luz natural da nova casa é obtusa, nunca acertada.
A nova casa é uma casa de temporada. Como sempre. Como a vida.


Tudo que existe - existe para acabar.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Pois é. Existe o profissional das letras. Mas  se lê sem entender que escrever não é para mostrar já era. Escrever não revela, quase nunca, o ser. E pessoas, raramente, são. Apenas em contextos muito específicos. Em geral, os seres estão mortos. E enquanto se está vivo, escrever é apenas querer morrer. Escrever é como maquiagem, ou como um porre. É outra coisa. É virar outra coisa.

As derivações são sempre tolas e por isso o profissional é patético.

Compor não é inventar, nem descobrir. É desejar.