sexta-feira, 18 de maio de 2012

Toda vez que te olho por essa tela e esse
nada acontece.


Mas morro
em teu abraço.


Eu não te pergunto porque não sei qual seria minha resposta. E esse seria um fim que por razões diversas, adio.

Amor sem espinhos. Sexo matinal.

                                 Tenho certeza de que não
é você. Sou eu.
Esse nada, nem singular é, não é problema de ninguém, nem é uma questão que a posição geográfica resolva. Me resolvo na ilusão de que seja uma questão. EM ABERTO.
Definitivamente.
E eu acho tão hipócrita dizer que eu não quero que você se importe com meus vazios. Eu não quero é ter que pedir. Os passos de uma dança. Ouvir-falar.A antecipação do futuro é um dom que irrita. ( des-graça?) De qualquer forma é ilógico esperar tudo de uma única fonte.

Amor sem espinhos.
Filosofia utópica. Nem amor, nem espinhos.







segunda-feira, 14 de maio de 2012

Em tese, 

Pela manhã, coração nas pontas dos dedos. Fracciono o tempo alimentando a ilusão de controlá-lo.  Fiz do pragmatismo o ponto-cego de meu abismo. Pequenas pontes, pontos que ligo para desenhar meu espaço, essa dança sem fim. Nas pontas dos dedos, a insegurança de quem lapida não sabe o quê. Observo a tela que desce, com ela, meu corpo COMO SE num Rio. O dedo escorrega pelas teclas como quem borda. Trabalho de todos os dias. A busca da vírgula, do ponto, da palavra. Ler...
 de novo. Acabamento. Cuidado. Fascínio. O fim do dia coincide com o fim da página.
A vida segue mergulhada no silêncio.


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Entranhas mouras, olhos pardos. Extremidade, imensidão.
Desespero com tranquilidade -como quem caminha pelo cemitério.
A vida não se limita ao Hoje.  Tudo se desloca por entre piedade e sedução.
Nunca vi ninguém sacrificar suas premissas. Não quero salvar
ninguém.

terça-feira, 1 de maio de 2012

a primeira coisa com que me re-familiarizei foi o céu da cidade em que nasci, quase quinze dias depois de ter aterrizado. Ainda que seja impossível esquecer de como o bafo quente e úmido do Rio de Janeiro em meios de abril me pareceu acolhedor. Nos olhos de todos o abismo que se chama vida. Isso não me surpreendeu - era o alimento que mais me faltava.

Bases fincadas. acampamento armado. Território razoavelmente demarcado. Último suspiro na madrugada de um dia que não tardará em raiar.
Hora do show.